21/12/2011

Resenha: A Peste

Livro de Albert Camus - uma obra de gênio


Borda Arredondada sem utilizar imagens

Na década de 40 do século XX, a cidade argelina de Oran começa a ser invadida por ratos agonizantes. A cada dia, maior é a pilha de animais mortos. Não demora para os habitantes da localidade também começarem a perecer, vitimados pela terrível peste negra. Quando as autoridades percebem a situação sair de controle, fecham as portas de Oran. Quem estava fora não pode retornar, tornando-se um exilado; quem estava dentro não pode sair, tornando-se um prisioneiro. Publicado em 1947, a obra chegou a ser encarada como uma alegoria da II Guerra Mundial, evento histórico no qual a peste nazista ocupou países, criou campos de concentração e infectou o continente europeu.

20/12/2011

O poder do nome (2)

A "crença na celebridade"


Na postagem O poder do nome, eu defendo a tese de que as pessoas consomem celebridades, e não qualidade. E isso explicaria por que os livros do Jô Soares, mesmo sendo tidos como meramente medianos pela maioria dos leitores, sempre viram best-sellers.

Sempre que falo sobre o poder do nome como um fator que incrementa as vendas de qualquer produto, lembro de uma história engraçada. No início dos anos 90, eu e meu irmão estávamos procurando um disco em uma loja no Flamengo, chamada Hard Heavy. Como debatíamos sobre o Deep Purple, um outro comprador veio puxar conversa e soltou a seguinte pérola: “Esses caras podem lançar cocô em forma de vinil, que eu compro”. Bem... Nesse caso, dá até para entender a atitude, pois o tal camarada levava fé na qualidade dos discos futuros em função dos brilhantes lançamentos passados da banda. Mas no caso do Jô e de tantas outras personalidades que vemos por aí, as pessoas compram seus produtos não em função de uma qualidade pretérita que eles tenham demonstrado na área específica em que estão se aventurando (o Jô já lançou algum livro que possa ser adjetivado de “genial”?), mas em virtude de um fenômeno que eu chamo de “crença na celebridade”. As pessoas pensam: “Se é famoso, vale a pena”.

19/12/2011

Resenha: Escapismo

Livro de Rafaela Rocha Macedo


O livro no Skoob
Olá, amigos!
Neste post, trago mais uma resenha de um livro nacional. Vale mesmo a pena dar uma conferida! Vamos ler?

Escapismo utiliza alguns elementos já bastante explorados nos últimos anos pelo mercado literário, como vampiros e reinos mágicos. Mas termina aí a semelhança com qualquer outro livro que se possa ter em mãos. Escapismo é realmente criativo e diferente. Diferente na abordagem, na ousadia, na beleza do texto... Dividido em seis contos (veja mais abaixo um breve resumo de cada um), traz duas estórias diferentes.

Interessante notar que Rafaela explora a dualidade humana no livro, dando à primeira estória uma conotação mais espiritual, enquanto imprime à segunda um forte apelo carnal. Nesse último aspecto, também cabe destacar que Escapismo trata com maravilhosa naturalidade conceitos tidos como tabus (homossexualidade, a possibilidade de se amar duas pessoas ao mesmo tempo).

09/12/2011

O poder do nome

O mérito é das obras ou da fama?


O mundo literário está presenciando mais um momento de euforia com o lançamento de As Esganadas, cujo autor nem precisa ser nomeado. Mas toda essa histeria tem a ver com a qualidade da obra ou acontece por outros motivos? Permitam-me algumas considerações:

Confesso que não sou um grande fã de Jô Soares. Eu gostava muito da primeira fase do programa Viva o Gordo, exibida na TV Globo no início dos anos 80. Na época, eu ainda era adolescente e ria muito com o Capitão Gay, o Reizinho e outros tipos. Mas, com o passar dos anos, o programa foi me parecendo cada vez mais sem graça. Não sei se o Jô começou a perder a mão ou se fui eu que fiquei menos bobo rs. Fato é que passei a achar os novos tipos meio infantis e as piadas muito pueris. No final dos anos 80, o Jô se lançou como entrevistador no SBT. Hoje, já de volta à Globo, ele está bem solto nessa função e dá verdadeiros shows em suas entrevistas, mas, na emissora do Sílvio Santos, ele parecia um pouco travado e sem expressão. Para perceber a diferença, basta ir no YouTube e comparar uma entrevista atual com outra do final dos anos 80 ou do início dos anos 90. Jô também passou um tempo escrevendo para a revista Veja. E, na minha opinião, esse foi um dos trabalhos mais pobres que ele já fez. Os textos – um reflexo, talvez, do acúmulo de atividades – chegavam a ser constrangedores (pena eu não ter nenhum guardado para mostrar).

Um bom livro ou um bom nome?
Quanto às incursões literárias do humorista (assunto que verdadeiramente me interessa nesta postagem), não posso ser leviano e emitir opiniões, pois jamais terminei um livro dele. Mas eu percebo um fenômeno interessante. As pessoas parecem ler os livros do Jô em uma eterna expectativa de encontrar genialidade nos textos. A maioria não encontra no primeiro, mas dá uma chance ao segundo; não encontra no segundo, mas dá uma chance ao terceiro... E, assim, vão transformando em best-sellers livros medianos. Uma prova disso é que, no Skoob, todos estão na faixa das 3 estrelas. E muitos leitores mostram sua decepção também nas resenhas, mencionando que as histórias do Jô são fracas, que as piadas são infantis e que ele abusa da pseudointelectualidade. Aliás, foi interessante escutar o Jô, em seu programa, contando como entrou no mercado literário. Ele disse que apresentou o original de O Xangô de Baker Street a um amigo figurão (infelizmente esqueci qual). Esse amigo teria avaliado negativamente o livro, mas o Jô, claro, conseguiu publicá-lo. Terminando sua narrativa, ele lançou um chiste para o entrevistado. Algo assim: “Quando o livro chegou à marca dos 500.000 exemplares vendidos, eu falei: ‘É... Realmente não é muito comercial, não!’” (provocando um claro mal-estar na plateia). Essa história deixa evidente o seguinte: as editoras lançam nomes; e os leitores, de certa forma, também consomem nomes. Não é preciso ter muita imaginação para saber o que aconteceria se o original de O Xangô de Baker Street fosse enviado a uma editora por um autor qualquer. Também não é preciso pensar muito para saber como os leitores reagiriam ao lançamento do Xangô se o livro não fosse assinado pelo famoso humorista. É triste, mas verdade.

Termino com uma pergunta fácil de responder: o mérito pelas vendas estratosféricas citadas pelo Jô está na qualidade do produto ou na assinatura que se vê na embalagem? E outra: Será que ele tem consciência disso? É... A vaidade, mais do que a paixão, cega!

01/12/2011

Resenha: Impacto Fulminante

Livro de Valentine Cirano


Uma ordem secreta da antiga Babilônia ainda poderia espalhar medo ou terror aos habitantes da Terra? Os membros remanescentes dessa ordem poderiam resgatar os poderes do antigo deus babilônico e, assim, levar pânico e destruição aos quatro cantos do planeta? O assassinato brutal do artista plástico Gregory Andersen leva Richard Brown e Suzan Antonelli, historiadores britânicos convocados pela polícia de Londres, a identificar o significado de estranhos caracteres e pistas deixados pela vítima, pintados com seu próprio sangue numa toalha segundos antes de sua morte. As marcas deixadas por Gregory e um estranho quadro por ele pintado levam Richard e Suzan a uma aventura frenética em busca do legendário tesouro de Dario, portador dos terríveis poderes das trevas dos deuses pagãos. Perseguições implacáveis, conduzidas por um assassino cruel e sanguinário, fazem com que a aventura se torne um jogo mortal, onde Suzan e Richard precisam lutar pela própria sobrevivência. Os membros da ordem secreta buscam desesperadamente resgatar os poderes ocultos para a conquista planetária, criando um exército imbatível, capaz de fazer com que todas as forças terrenas se curvem diante dos poderes das trevas. Seria possível impedir essa catástrofe que dizimaria os habitantes do planeta?

20/11/2011

Resenha: O Soldado da Luz

Livro de Thiago Costa Santana


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Sinopse:
(a sinopse abaixo foi feita pelo autor da resenha. Para ler as oficiais, clique nos links abaixo da capa ao lado)

Elden, importante comandante da guarda real, retorna de uma viagem e descobre que Estriges, uma amiga de infância, foi acusada de bruxaria e está presa no castelo aguardando a execução. Na cela, a moça confessa a Elden ter mesmo poderes de magia, mas diz que os usa para o bem. Ela seria uma bruxa da luz e ele, segundo a acusada, um soldado da luz. Mesmo sabendo que será considerado um traidor, Elden a liberta após ter uma visão, na qual homens e bruxos perversos se enfrentam ferozmente. Já a sós com Estriges na floresta, o soldado da luz descobre que é o único com poderes para impedir a volta de Esbat, o mais malévolo e poderoso dos bruxos, exilado em um mundo esquecido há mil anos. Se falhar, os homens serão destruídos. Para cumprir essa missão, Elden precisará achar a espada de Crã e, com ela, matar o herdeiro de Esbat em um ritual. Mas quem seria esse herdeiro? Onde estaria a espada, que também é cobiçada pelos bruxos das trevas? E a aventura para salvar o mundo começa...

14/11/2011

Trechos de resenhas do livro Para Sempre Ana

Opiniões de diversos leitores

(veja aqui uma lista com todas as resenhas)

“É um romance sensível, que deve ser lido aos poucos, degustado, entendido. (...) Para Sempre Ana é um livro que ficará guardado na minha memória por muito tempo, como Além da Neblina, de Cândida Vilares e Vera Vilhena, que li quando era criança e nunca mais esqueci”
Vicky Doretto – A Lua na Minha Janela

“A trama é muito bem amarrada e tecida em torno de mistérios. Quando se pensa que a história está num rumo, no qual se pode prever um acontecimento, ocorre uma reviravolta ou surge um novo ponto, fazendo com que o leitor se surpreenda com os motivos mostrados.”
Elisandra – A Magia Real

31/10/2011

Skoob, cadê você?

Bom, mas problemático


O nome Google é uma brincadeira com as letras, uma corruptela da palavra “googol”, termo que designa o número 1 seguido de 100 zeros (10.000.000.000.
000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.
000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.
000.000.000.000.000.000.000.000.000.000).
Esse é o maior número batizado pelo homem. Ele é tão descomunal, que excede o de estrelas no universo (algo em torno de 1 seguido de 22 zeros, ou seja, 100 bilhões x 100 bilhões). Vê-se que essa corruptela tem tudo a ver com a proposta inicial da empresa Google: permitir pesquisas na rede com uma quantidade absurda de resultados.

Os idealizadores do Skoob, talvez inspirados na multinacional americana, também resolveram brincar com as letras na hora de dar nome à sua criação. Skoob não tem nada a ver com o parceiro do Salsicha. É simplesmente “books” ao contrário, ou seja, é um anagrama em inglês da palavra “livros”. Nome muito bem escolhido por sinal, já que o site virou referência para quem ama o mundo dos livros, sendo usado por um grande número de blogueiros da área literária e por leitores e autores em geral.

25/10/2011

Amigos do Idi: homônimos e parônimos

Parece, mas não é

Continue a somar pontos para levar a gramática do Bechara.

Neste post, temos:
1) Uma exposição sobre o assunto "homônimos e parônimos";
2) Mais perguntas que valem pontos para conquistar uma gramática;
3) Respostas das perguntas sobre o tema “Ambiguidade”;
4) Pontos que os participantes somaram até agora.

Eu decidi abordar o tema “homonímia/paronímia” no Amigos do Idi porque tenho visto diversos resenhistas com essa dificuldade gramatical. Vejam, por exemplo, a frase abaixo:

Li um livro que trás um enredo incrível.

Muitos podem achar que não há nada de errado com ela, mas pergunto: o que a palavra “trás” (que só pode ser advérbio ou preposição) está fazendo no lugar de “traz” (verbo “trazer” conjugado na terceira pessoa do presente do indicativo)? Na verdade, a frase acima deveria ser escrita assim:

Li um livro que traz um enredo incrível.

20/10/2011

E-books

O que você acha da leitura eletrônica?


Em conversa recente com minha editora, a Caravansarai, fiquei sabendo que ela pretende se dedicar à publicação de e-books. Mas, no processo de divulgação do livro Para Sempre Ana, noto que muitos resenhistas e blogueiros em geral são arredios à ideia de ler no formato digital.

Embora qualquer livro digitalizado possa ser chamado de e-book, existem alguns critérios para definir que características deve possuir um livro eletrônico para ser considerado profissional. O artigo aqui linkado esmiúça bem a questão e esclarece pontos interessantes sobre o assunto.

E você? Leria um e-book? Se sim, só o faria em um aparelho portátil ou não se importaria de usar a tela do computador para a leitura? Para mim e para os escritores em geral, é importante saber essas respostas. Por isso, coloquei uma enquete na barra lateral do blog (a enquete já foi retirada). Quem quiser votar ou comentar este post estará nos ajudando a formar uma opinião a respeito.

Um grande abraço!

02/10/2011

Resenha da May: Sussurro

Livro de Becca Fitzpatrick


Estamos vivendo um novo fenômeno no campo literário. A tendência agora são livros com capas em escala de cinza ou pretas, com um objeto colorido que transmite um significado profundo em destaque e um título impactante (geralmente constituído apenas por uma palavra que nos provoca um olhar dramático). Além de capas similares, esses livros também apresentam um conteúdo similar. É como se tivessem descoberto a nova fórmula do sucesso, e ela é bem simples: Garoto não-humano-fantástico se apaixona por Garota normal-que-não-é-tão-normal-quase-sem-sal. Garota normal-que-não-é-tão-normal-quase-sem-sal sente uma mistura de atração, amor e medo por Garoto não-humano-fantástico. Eles ficam juntos. A turma não-humana-fantástica malvada da mesma espécie do Garoto não-humano-fantástico quer matar a Garota normal-que-não-é-tão-normal-quase-sem-sal. Eles lutam. A normal-que-não-é-tão-normal-quase-sem-sal e o não-humano-fantástico triunfam e ficam juntos podendo desfrutar de todo o amor que lhes foi concedido. Simples assim, exatamente assim.

30/09/2011

Um "monstro" chamado Exame de Ordem

Por que ele ainda existe?


A editora paranaense Juruá é minha conhecida por dois motivos: além de ser uma gigante na área jurídica, ficou interessada em publicar meu primeiro romance, À Sombra do Crisântemo (rebatizado de Para Sempre Ana por minha esposa, Luzia), quando inaugurou um selo dedicado à ficção. A publicação não aconteceu porque discordei de alguns pontos do contrato (neuras minhas), mas, enquanto duraram nossas conversações, o pessoal da editora sempre se mostrou muito educado, atencioso e interessado. Porém, não estou escrevendo este post para promover ninguém. O blog e a Juruá não se tornaram parceiros, nem entraram em contato para a divulgação de livros. Minha motivação é unilateral e diz respeito a um lançamento em especial da editora, que me trouxe grande alegria, chamado Ilegalidade e Inconstitucionalidade do Exame de Ordem.

25/09/2011

Resenha da May: O Morro dos Ventos Uivantes

Livro de Emily Brontë


Olá, amigos!
Eu gostaria de lhes apresentar a moça aí ao lado, chamada Maynara Furlan (ou May Furlan). Eu a conheci no Skoob, quando lia algumas resenhas de meu livro preferido, o ultramaravilhoso “O Morro dos Ventos Uivantes”. Quem me conhece sabe que sou uma pessoa muito, mas muito crítica (com os outros e comigo mesmo). Não sou de elogiar ninguém por cortesia ou de forma vã. Se dou uma opinião positiva sobre algo, é porque fiquei realmente impressionado. E foi exatamente isso o que aconteceu quando comecei a ler os textos da May. Eles são vibrantes, inteligentes, coesos, interessantes e esteticamente atraentes. Fiquei encantado a ponto de convidá-la para ser uma colaboradora eventual do blog. Então, para iniciar, publico justamente a resenha que ela fez de “O Morro dos Ventos Uivantes”. Em meio à análise do livro, May faz críticas aguçadas sobre... Bem... Leiam! E não esqueçam de lhe dar as boas-vindas, deixando seus comentários.

24/09/2011

Resenha: Uma Linda Mulher

Livro de Fern Michaels

LEIA A RESENHA E PARTICIPE DO SORTEIO DE UM EXEMPLAR DE UMA LINDA MULHER. E QUEM GANHAR LEVARÁ TAMBÉM OS LIVROS SEGUNDA CHANCE, DE DANIELLE STEEL, E O VENCEDOR ESTÁ SÓ, DE PAULO COELHO (COM CAPA DURA).
Assista ao sorteio

Na cidade americana de Savannah, duas grandes amigas, Vickie Winters e Rosie Gardener, são sócias em um negócio de sucesso. Mas enquanto Vickie é bonita e elegante, Rosie faz o tipo gordinha com baixa autoestima, o que a torna vulnerável a investidas de pretendentes interesseiros. E Kent Bliss surge justamente para fazer esse papel, o de homem canalha que não hesitará em dar o golpe do baú em uma mulher fragilizada interiormente.

Na véspera do casamento de Rosie e Kent, Vickie tenta abrir os olhos da amiga em vão e, em seguida, muda-se para a Europa. Nas bodas de trigo, após sofrer muitas humilhações do marido, Rosie finalmente se convence de seu erro – percebido, na verdade, uma semana após oficializar a união - e aceita tardiamente as palavras da ex-sócia: Kent é mesmo um canalha egoísta e explorador que não a ama. Ela então o expulsa de casa e decide mudar de vida. Irá emagrecer e, com um prêmio milionário ganho na loteria, encontrará a felicidade. Mas Kent, claro, estará por perto para mais vilanias e para reivindicar sua parte na fortuna. Vickie, por sua vez, retorna à Savannah, abrindo as portas para um novo entendimento com Rosie, que julgou erradamente o alerta da amiga na véspera de seu casamento.

17/09/2011

Filosofando

A importância de se filosofar no dia-a-dia


A brincadeira ao lado está espalhada na rede e no mundo real, podendo ser encontrada em locais dos mais diversos, de blogs literários a sites humorísticos, de murais de faculdade a bares e portas de banheiro. Deixando de lado o caráter sarcástico da história, qual a sua opinião sobre as conclusões apresentadas? Seriam elas inteligentes ou nem tanto? Sua resposta a essa pergunta pode indicar se você vê ou não o mundo sob uma ótica reflexiva. E surge a indagação: essa ótica reflexiva, o chamado “pensamento filosófico”, seria um elemento importante para a vida cotidiana ou coisa de pessoas que não têm mais o que fazer?

Bem... Eu gosto de filosofar e acho isso essencial no meu dia-a-dia e na formação de minhas ideias sobre tudo. Tudo mesmo! E uma das definições de “filosofar” dada pelo dicionário Michaelis é justamente “Dissertar ou raciocinar sobre quaisquer assuntos”. Pois é. Tudo é “filosofável”. Mas, apesar disso, é comum vermos pessoas vivendo, na maior parte do tempo, de conceitos aprendidos, ideias preconcebidas e gostos assimilados. E a isso damos até um nome: “cultura”. A mesma criatura que, nascida no Oriente Médio, defende a submissão feminina, a existência de Alá e adora futebol diria sem titubear, se criada nos EUA, que a mulher tem o mesmo status do homem, que Deus é o cara (ou que Ele não existe) e que não há nada mais legal do que o basquete, o futebol americano e o baseball.

10/09/2011

Amigos do Idi: ambiguidade

Cuidado com o que você fala, escreve e lê!

Continue a somar pontos para levar a gramática do Bechara.
Fonte: Tironas






Olá, pessoal!
Neste post, vamos tratar de um problema que me incomoda como escritor e como leitor. Como escritor, fico preocupado em, sem perceber, construir um texto que passe uma mensagem dúbia; como leitor, fico perdido ao me deparar com frases que não passam um enunciado claro. O problema do qual estou falando chama-se “ambiguidade”, um inimigo às vezes quase invisível. Sim, invisível. Veja, por exemplo, a frase abaixo:

25/08/2011

Amigos do Idi: PIS/PAS (respostas)

Você conseguiu diferenciar um "se" do outro?


Olá, pessoal! Eis as respostas para os exercícios sobre PIS e PAS:

1) PIS; 2) PAS; 3) PAS; 4) PIS; 5) PAS; 6) PIS; 7) PAS; 8) PIS; 9) PIS; 10) PIS

Confira os pontos acumulados por quem postou suas respostas:
*Sa*: 10 pontos
Joelma Alves: 8 pontos
Anaísa: 4 pontos
Radige Hanna: 4 pontos

Agora, veja a frase abaixo:
O restaurante enviou uma pizza à francesa sem sal.
De quantas maneiras você a interpreta? Vamos falar sobre isso na próxima postagem da série Amigos do Idi. E quem responder às questões poderá somar pontos e aumentar suas chances de levar a gramática do Bechara para casa. Abraços!

10/08/2011

Amigos do Idi: PIS / PAS

O certo pode parecer errado e vice-versa

Comece a somar pontos para levar a gramática do Bechara.

Qual dos professores acima você contrataria?
Olá, pessoal! A pergunta ao lado é de quebrar a cabeça, pois a frase analisada traz a famigerada partícula “se”, que possui um monte de funções diferentes (por esse motivo, é o terror de alunos, concurseiros, escritores e outros coitados). Apesar de não parecer, a resposta correta é “Dão-se aulas de Português”. Vamos tentar entender por quê?

21/07/2011

Resenha: Questões do Coração

Livro de Emily Giffin

LEIA A RESENHA E PARTICIPE DO SORTEIO DE UM EXEMPLAR DE QUESTÕES DO CORAÇÃO. E QUEM GANHAR LEVARÁ TAMBÉM O LIVRO ÁGUA PARA ELEFANTES.
Assista ao sorteio

É interessante como a infidelidade sempre gera uma disputa entre os que cercam os envolvidos, ávidos por separar vítimas de culpados. Sempre? Em Questões do Coração, de Emily Giffin, o leitor tem a possibilidade de enxergar o tema de forma menos maniqueísta.

Na estória, de um lado temos Tessa, esposa de um renomado cirurgião pediátrico e mãe de dois filhos; do outro, temos Valerie, advogada e mãe solteira. Apesar de ambas morarem na periferia de Boston, as duas mulheres têm pouco em comum. Tessa desistiu da carreira em busca da felicidade doméstica, que parece ter encontrado ao lado de Nick, o estereótipo do marido perfeito; Valerie, por sua vez, carrega credenciais bem diferentes: é uma advogada que estudou em Harvard, mãe solteira de Charlie e, acima de tudo, desiludida no amor.

06/07/2011

Resenha: Justiça Secreta

Livro de Jack Higgins - uma "furada"?


Não se engane com esse vovô
Jack Higgins, James Graham, Martin Fallon e Hugh Marlowe nada mais são que pseudônimos de um escritor britânico oitentão chamado Harry Patterson, autor de dezenas de romances cheios de ação.

Em Justiça Secreta, de Higgins, a história se inicia em uma noite nova-iorquina escura e gelada, ocasião em que o presidente americano prepara-se para jantar com um velho conhecido. Ao mesmo tempo, alguém armado com seu fuzil AK está de tocaia para atirar contra o homem mais poderoso do planeta. Blake Johnson, importante agente secreto do governo, consegue impedir o atentado. Mas essa ação terrorista aparentemente isolada esconde algo muito maior, que põe em perigo a paz mundial. Em parceria com um herói da Inteligência Britânica – Sean Dillon, oriundo de outros romances de Higgins – Blake precisa trabalhar para identificar os integrantes dessa organização criminosa.

24/06/2011

Para Sempre Ana: debate no Skoob

Cena final: ficção ou realidade?




A contracapa de Para Sempre Ana traz uma representação livre do que poderíamos chamar de “a última cena do livro”. Achei interessante um detalhe: o leitor pode interpretá-la de várias maneiras. O personagem, que aparece na gravura com o braço direito estendido em meio à neblina, estaria viajando em uma ilusão? Estaria realmente vivendo uma realidade? O que você acha? Participe do debate no Skoob.

19/06/2011

Quem é Clara?

Novo lançamento da editora Caravansarai


Com amplos jardins repletos de palmeiras e construído no estilo neoclássico, o Museu da República (ou Palácio do Catete) é um ponto turístico e histórico do Rio de Janeiro. Palco de inúmeros acontecimentos políticos importantes, foi sede do governo federal entre 1897 e 1960, ano em que Juscelino Kubitschek o transformou em museu. Em 1989, ganhou um novo perfil cultural, passando a abrigar exposições, lançamentos literários, entre diversas outras manifestações artísticas.

18/05/2011

Resenha: Persuasão

Livro de Jane Austen


Oi, amigos do Recanto. Finalmente debuto no blog, quase um mês e meio depois do anúncio feito pelo Sergio. Ele me pediu para resenhar livros, mas isso exige tempo e dedicação. Como trabalho todos os dias, demorei a aparecer. Para iniciar a “labuta”, ainda em passo de estreante, escolhi um livro cuja leitura vinha adiando: Persuasão, de Jane Austen.

Na estória, Anne Elliot, nascida em uma família aristocrática inglesa do século XVIII, apaixona-se ainda jovem por Frederick Wentworth, um humilde porém ambicioso capitão da Marinha, de quem fica noiva. Apesar do sentimento mútuo que une o casal, Anne é persuadida por sua esnobe família a rejeitar a oficialização do enlace. Ofendido com a recusa, o rapaz parte para longe, só retornando anos depois, já rico. A protagonista, então solteirona, reencontra seu grande amor e, mais uma vez, vê-se obrigada a considerar os antigos impedimentos que a afastaram do homem que ainda ama.

19/04/2011

Refletindo sobre o texto de Saramago

Reflexões sobre a cegueira

Atenção: contém informações que alguns leitores podem considerar como spoilers.

A cegueira causada pela ausência de "percepção filosófica" está arraigada no cotidiano terreno de todos os membros ditos normais da sociedade, tendo sido isso muito bem demonstrado em Ensaio sobre a Cegueira. O texto do livro compõe uma espécie de parábola, que, como convém a esse tipo de literatura, é dissertado através de metáforas e simbolismos.

É interessante observar que parte da sinopse da estória de Saramago pode ser vista como um dos aspectos da evolução cultural de uma sociedade. Então, vejamos: um homem é acometido por uma luz inexplicável que obstrui sua visão. A cegueira radiante passa a contagiar os que
Seres humanos: imitadores cegos do que dita a cultura?
miram seu olhar, fazendo cada contaminado adquirir igual poder. Em pouco tempo, todos estão cegos pela mesma treva branca, sendo obrigados a agir, ainda que a contragosto, de acordo com as limitações impostas por ela. Essa síntese pode ser facilmente associada à seguinte: um grupo primitivo entrega-se a costumes e ritos cegos, que suprem a angústia ocasionada pela ignorância. A cegueira providencial rapidamente se consolida entre todos os membros, perpetuando-se na forma de tradições coercitivas. Desta forma, o senso coletivo e irracional impede o desenvolvimento do pensamento. Tem-se aí a cegueira de caráter mais amplo, a cultural.

08/04/2011

Resenha: Luta nas Classes

"E o salário, ó!"


Sabe aquelas situações forçosamente enfadonhas, em que 15 minutos parecem 2 horas? Isso acontece quando se está no metrô indo para o trabalho, ou naquela fila interminável do banco... Pois é. Essa é a hora de sacar o Luta nas Classes. Assim, em vez de ficar pensando como será insuportável o dia no escritório ou de que maneiras se poderia esfolar o gerente de sua agência, que não coloca caixas suficientes à disposição dos clientes, você irá desanuviar a mente com um texto agradável. “Agradável? Um livro marxista?”, devem estar pensando alguns leitores. Mas calma aí! Não estou falando da luta de classes, e sim do livro de Bernardo Jablonski (isso mesmo! O organizador do livro do Fernando Caruso) e Ronald Fucs, Luta nas Classes – 1.001 Maneiras de Detonar Seu Professor (nova edição: revista, aumentada e piorada) (Ed. Caravansarai), um texto bem bobo. “Bobo?” Sim, isso mesmo, mas não idiotamente bobo. Até para dizer bobeiras é preciso talento (as figuraças do Casseta & Planeta que o digam). Eu diria, então, que o livro é divertidamente bobo. Os autores têm mais de três décadas de experiência como professores e sabem satirizar como ninguém o universo escolar e acadêmico, do Ensino Fundamental à Pós-Graduação.

06/04/2011

Entrevista com Sergio Carmach

A primeira entrevista


Clique no banner para ler toda a entrevista
Trecho: "Discordo do senso comum e defendo que o sentimento pode (e deve!) brotar do pragmatismo e da racionalidade. Veja o exemplo do músico. Antes de compor, ele sabe que sua canção não pode passar de tantos minutos (caso contrário, as rádios não tocarão), que a passagem de um tom maior para um tom menor provoca uma sensação de melancolia no ouvinte, que determinada harmonia é mais adequada a certo estilo musical etc. Com base nesses elementos racionais, ele produz sua obra emotiva. Se você, como autor, consegue escrever ao léu e, ao final, ter um texto maravilhoso em todos os sentidos, considero-o um gênio. Pelo menos para mim, a emoção não é nada sem planejamento e técnica. E, Anne, a técnica está passando longe de muitos aspirantes a escritor, começando pelo quesito “Português”. Eu tenho lido amostras de livros terríveis por aí. Acho incrível a quantidade de gente que escreve sem ter noções mínimas de pontuação, regência, construção frasal, coesão textual e por aí vai. Isso é o mesmo que eu querer ser piloto de F1 sem saber nada de mecânica e direção."

05/04/2011

Uma nova maneira de postar

Cala a boca e escuta


Interessante a ideia da Jéssica Helena. Ela segue uma tendência mais intelectualizada e, julgando que suas postagens escritas não estavam sendo muito lidas, partiu para uma maneira alternativa e, segundo ela, mais eficaz de (literalmente) falar com seu público: o VLOG. Bem, vou parar por aqui e obedecer ao que diz o título da página onde se encontram os vídeos com as mensagens orais da Jéssica: Cala a boca e escuta. Vejam lá (e escutem)! Abraços.

31/03/2011

Caruso e Jablonski lançam livro no Rio

Uma incrível loucura chamada Z.É.


Como anunciei, compareci ao lançamento do livro de Fernando Caruso e Bernardo Jablonski (organizador). Acima, eu (à esquerda) posando com a dupla. Os dois exemplares autografados que você vê na foto foram sorteados.

Veja abaixo tudo o que aconteceu nesse dia incrível.

17/03/2011

Resenha: Mentes Perigosas

Autoajuda travestida de ciência para leigos


Após ler Mentes Perigosas, tive uma sensação de que algo não se encaixava no discurso da autora, a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva. O livro não me passou credibilidade técnica, assemelhando-se mais a uma conversa de bar, na qual uma amiga psiquiatra (a autora) aconselha informalmente alguém curioso ou com problemas pessoais (o leitor). Pensei: “Como um livro tão vazio de conteúdo pode estar fazendo sucesso?” E, de imediato, veio-me a (óbvia) resposta: “Ora, foi justamente esse tom de autoajuda – descompromissado e amistoso, mas com um verniz supostamente científico - que conquistou as pessoas.”

Se o subtítulo fosse trocado de O psicopata mora ao lado para Aprenda a reconhecer um psicopata para proteger-se, exprimiria com exatidão aquilo que o livro pretende transmitir. Mas a “aula”, como dito, não traz elementos técnicos mais profundos para embasar as opiniões da autora. Ela inicia o texto discorrendo sobre “consciência”, diferenciando o “estar consciente” (a capacidade de manter a mente em estado de vigília) do “ser consciente” (em linhas gerais, a capacidade de amar o próximo). O psicopata, detentor de uma mente incapaz de “ser consciente”, seria um “parasita social”, um “vampiro” pronto a sugar toda a energia de suas vítimas para explorá-las egoisticamente. Foi dessa abordagem que decorreu a sensação que mencionei no início do primeiro parágrafo. Condenar, categoricamente, alguém por agir conforme sua natureza não seria um paradoxo? Não seria mais profissional uma análise serena e profunda da questão, com posteriores sugestões de como equacioná-la?

07/03/2011

Literatura & música

Quando a literatura inspira a música


Beethoven
Friedrich von Schiller
Embora muitos não saibam, não é de hoje que músicos se inspiram em obras literárias para compor suas canções. É clássica (desculpem o trocadilho) a história da criação da Ode à Alegria, em 1823, por Beethoven, que acabou imortalizando o poema homônimo de Friedrich von Schiller, escrito em 1785. É quase impossível você não conhecer esse trecho da Nona Sinfonia, mas alguns leitores podem não estar ligando o nome à melodia (se for o caso, escute).

Com o surgimento do cinema, muitos adeptos dessa nova arte passaram a animar os personagens literários em suas películas. Foram tantas as histórias adaptadas até o dia de hoje que não é difícil elaborar uma extensa relação de filmes baseados em livros. Mas a tarefa não é tão fácil quando falamos de adaptações para a música, embora essa prática, como dito no início deste artigo, seja bem antiga.

04/02/2011

Stephen contra Stephenie

Velho rei fala da nova rainha



A antiga polêmica envolvendo as declarações de Stephen King sobre os trabalhos de J.K.Rowling e Stephenie Meyer continua atual e despertando debates internet afora. Como muitos já devem saber, o consagrado autor declarou que Rowling “é uma fantástica escritora” e que Stephenie Meyer “não consegue escrever nada que preste”. No vídeo ao lado, postado no YouTube pela agência espanhola Europa Press, vê-se que a criadora de Bella e Edward é tachada de “medíocre” por King.

27/01/2011

O cágado de Chico Buarque

Leite Derramado e o Prêmio Jabuti


Nivaldo Cordeiro se classifica como “um espectador engajado” e, em seu site, utiliza uma frase do filósofo Raymond Aron para exprimir sua forma de pensar e de ver o mundo: "O liberal é humilde. Reconhece que o mundo e a vida são complicados. A única coisa de que tem certeza é que a incerteza requer a liberdade, para que a verdade seja descoberta por um processo de concorrência e debate que não tem fim. O socialista, por sua vez, acha que a vida e o mundo são facilmente compreensíveis; sabe de tudo e quer impor a estreiteza de sua experiência – ou seja, sua ignorância e arrogância – aos seus concidadãos."

22/01/2011

Entrevista com Eliana Leal

Literatura e escola sufi



Nunca Abra Mão dos Seus Sonhos

Entrevista concedida por Eliana Leal a
Ana Paula Buarque de Gusmão

(*) Publicada originalmente no site da Editora Caravansarai


Como surgiu a ideia de escrever "Nunca Abra Mão dos Seus Sonhos"?
A ideia de escrever já nasceu comigo. A primeira tentativa de escrever um livro aconteceu assim que aprendi a ler. Só que eu não gostava muito de mostrar os meus escritos. A vontade de mostrar o que escrevia demorou muito a acontecer e quando resolvi "botar meu bloco na rua" elaborei, pela primeira vez na vida, um texto com início, meio e fim. Mostrei para algumas pessoas, gostaram e eu segui escrevendo. Depois, houve uma indicação do meu mestre sufi, Omar Ali Shah, de que um, na época, recém-criado grupo de escritores da escola a qual pertenço escrevesse para as pessoas de fora da escola sobre as regras sufis. Obedeci e escrevi Nunca Abra Mão dos Seus Sonhos.

15/01/2011

Um romance para instigar

Sergio Carmach lança Para Sempre Ana


"Ao mesmo tempo singelo e complexo, luminoso e sombrio, racional e passional, romântico e aventuroso, espiritual e carnal, Para Sempre Ana é um livro que nos envolve por completo. Seria clichê dizer que prende o leitor até a última página, mas… acontece. A trama surpreendente e bem amarrada é talhada para virar um belo filme, daqueles inesquecíveis. Aliás, é uma deliciosa experiência lê-lo como se estivéssemos realmente diante de uma tela de cinema."   Vânia Gomes, jornalista

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