21/12/2011

Resenha: A Peste

Livro de Albert Camus - uma obra de gênio


Borda Arredondada sem utilizar imagens

Na década de 40 do século XX, a cidade argelina de Oran começa a ser invadida por ratos agonizantes. A cada dia, maior é a pilha de animais mortos. Não demora para os habitantes da localidade também começarem a perecer, vitimados pela terrível peste negra. Quando as autoridades percebem a situação sair de controle, fecham as portas de Oran. Quem estava fora não pode retornar, tornando-se um exilado; quem estava dentro não pode sair, tornando-se um prisioneiro. Publicado em 1947, a obra chegou a ser encarada como uma alegoria da II Guerra Mundial, evento histórico no qual a peste nazista ocupou países, criou campos de concentração e infectou o continente europeu.

20/12/2011

O poder do nome (2)

A "crença na celebridade"


Na postagem O poder do nome, eu defendo a tese de que as pessoas consomem celebridades, e não qualidade. E isso explicaria por que os livros do Jô Soares, mesmo sendo tidos como meramente medianos pela maioria dos leitores, sempre viram best-sellers.

Sempre que falo sobre o poder do nome como um fator que incrementa as vendas de qualquer produto, lembro de uma história engraçada. No início dos anos 90, eu e meu irmão estávamos procurando um disco em uma loja no Flamengo, chamada Hard Heavy. Como debatíamos sobre o Deep Purple, um outro comprador veio puxar conversa e soltou a seguinte pérola: “Esses caras podem lançar cocô em forma de vinil, que eu compro”. Bem... Nesse caso, dá até para entender a atitude, pois o tal camarada levava fé na qualidade dos discos futuros em função dos brilhantes lançamentos passados da banda. Mas no caso do Jô e de tantas outras personalidades que vemos por aí, as pessoas compram seus produtos não em função de uma qualidade pretérita que eles tenham demonstrado na área específica em que estão se aventurando (o Jô já lançou algum livro que possa ser adjetivado de “genial”?), mas em virtude de um fenômeno que eu chamo de “crença na celebridade”. As pessoas pensam: “Se é famoso, vale a pena”.

19/12/2011

Resenha: Escapismo

Livro de Rafaela Rocha Macedo


O livro no Skoob
Olá, amigos!
Neste post, trago mais uma resenha de um livro nacional. Vale mesmo a pena dar uma conferida! Vamos ler?

Escapismo utiliza alguns elementos já bastante explorados nos últimos anos pelo mercado literário, como vampiros e reinos mágicos. Mas termina aí a semelhança com qualquer outro livro que se possa ter em mãos. Escapismo é realmente criativo e diferente. Diferente na abordagem, na ousadia, na beleza do texto... Dividido em seis contos (veja mais abaixo um breve resumo de cada um), traz duas estórias diferentes.

Interessante notar que Rafaela explora a dualidade humana no livro, dando à primeira estória uma conotação mais espiritual, enquanto imprime à segunda um forte apelo carnal. Nesse último aspecto, também cabe destacar que Escapismo trata com maravilhosa naturalidade conceitos tidos como tabus (homossexualidade, a possibilidade de se amar duas pessoas ao mesmo tempo).

09/12/2011

O poder do nome

O mérito é das obras ou da fama?


O mundo literário está presenciando mais um momento de euforia com o lançamento de As Esganadas, cujo autor nem precisa ser nomeado. Mas toda essa histeria tem a ver com a qualidade da obra ou acontece por outros motivos? Permitam-me algumas considerações:

Confesso que não sou um grande fã de Jô Soares. Eu gostava muito da primeira fase do programa Viva o Gordo, exibida na TV Globo no início dos anos 80. Na época, eu ainda era adolescente e ria muito com o Capitão Gay, o Reizinho e outros tipos. Mas, com o passar dos anos, o programa foi me parecendo cada vez mais sem graça. Não sei se o Jô começou a perder a mão ou se fui eu que fiquei menos bobo rs. Fato é que passei a achar os novos tipos meio infantis e as piadas muito pueris. No final dos anos 80, o Jô se lançou como entrevistador no SBT. Hoje, já de volta à Globo, ele está bem solto nessa função e dá verdadeiros shows em suas entrevistas, mas, na emissora do Sílvio Santos, ele parecia um pouco travado e sem expressão. Para perceber a diferença, basta ir no YouTube e comparar uma entrevista atual com outra do final dos anos 80 ou do início dos anos 90. Jô também passou um tempo escrevendo para a revista Veja. E, na minha opinião, esse foi um dos trabalhos mais pobres que ele já fez. Os textos – um reflexo, talvez, do acúmulo de atividades – chegavam a ser constrangedores (pena eu não ter nenhum guardado para mostrar).

Um bom livro ou um bom nome?
Quanto às incursões literárias do humorista (assunto que verdadeiramente me interessa nesta postagem), não posso ser leviano e emitir opiniões, pois jamais terminei um livro dele. Mas eu percebo um fenômeno interessante. As pessoas parecem ler os livros do Jô em uma eterna expectativa de encontrar genialidade nos textos. A maioria não encontra no primeiro, mas dá uma chance ao segundo; não encontra no segundo, mas dá uma chance ao terceiro... E, assim, vão transformando em best-sellers livros medianos. Uma prova disso é que, no Skoob, todos estão na faixa das 3 estrelas. E muitos leitores mostram sua decepção também nas resenhas, mencionando que as histórias do Jô são fracas, que as piadas são infantis e que ele abusa da pseudointelectualidade. Aliás, foi interessante escutar o Jô, em seu programa, contando como entrou no mercado literário. Ele disse que apresentou o original de O Xangô de Baker Street a um amigo figurão (infelizmente esqueci qual). Esse amigo teria avaliado negativamente o livro, mas o Jô, claro, conseguiu publicá-lo. Terminando sua narrativa, ele lançou um chiste para o entrevistado. Algo assim: “Quando o livro chegou à marca dos 500.000 exemplares vendidos, eu falei: ‘É... Realmente não é muito comercial, não!’” (provocando um claro mal-estar na plateia). Essa história deixa evidente o seguinte: as editoras lançam nomes; e os leitores, de certa forma, também consomem nomes. Não é preciso ter muita imaginação para saber o que aconteceria se o original de O Xangô de Baker Street fosse enviado a uma editora por um autor qualquer. Também não é preciso pensar muito para saber como os leitores reagiriam ao lançamento do Xangô se o livro não fosse assinado pelo famoso humorista. É triste, mas verdade.

Termino com uma pergunta fácil de responder: o mérito pelas vendas estratosféricas citadas pelo Jô está na qualidade do produto ou na assinatura que se vê na embalagem? E outra: Será que ele tem consciência disso? É... A vaidade, mais do que a paixão, cega!

01/12/2011

Resenha: Impacto Fulminante

Livro de Valentine Cirano


Uma ordem secreta da antiga Babilônia ainda poderia espalhar medo ou terror aos habitantes da Terra? Os membros remanescentes dessa ordem poderiam resgatar os poderes do antigo deus babilônico e, assim, levar pânico e destruição aos quatro cantos do planeta? O assassinato brutal do artista plástico Gregory Andersen leva Richard Brown e Suzan Antonelli, historiadores britânicos convocados pela polícia de Londres, a identificar o significado de estranhos caracteres e pistas deixados pela vítima, pintados com seu próprio sangue numa toalha segundos antes de sua morte. As marcas deixadas por Gregory e um estranho quadro por ele pintado levam Richard e Suzan a uma aventura frenética em busca do legendário tesouro de Dario, portador dos terríveis poderes das trevas dos deuses pagãos. Perseguições implacáveis, conduzidas por um assassino cruel e sanguinário, fazem com que a aventura se torne um jogo mortal, onde Suzan e Richard precisam lutar pela própria sobrevivência. Os membros da ordem secreta buscam desesperadamente resgatar os poderes ocultos para a conquista planetária, criando um exército imbatível, capaz de fazer com que todas as forças terrenas se curvem diante dos poderes das trevas. Seria possível impedir essa catástrofe que dizimaria os habitantes do planeta?
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