04/03/2012

Resenha: Cartas de Siracusa

Livro de Douglas Marques


Borda Arredondada sem utilizar imagens



Os maiores acontecimentos da humanidade sempre se iniciaram de forma sorrateira e calculada. Não seria diferente para Rachel Atkins desta vez. Quando um misterioso assassino invade toda a rede mundial de computadores divulgando cartas contendo segredos de Estado, Rachel se vê no centro de um macabro círculo de assassinatos e segredos seculares. Tendo como pano de fundo a Agência de Segurança Norte-Americana e paixões e perseguições internacionais, Cartas de Siracusa conta a história de Il Mittente, o homem que desafiou a humanidade e desvendou seu maior segredo: sua própria história.




Douglas (à esq.), ao lado dos escritores Camila Nascimento e Rodrigo Baptista
Assim como acontece em muitos filmes de conspirações internacionais e nas histórias de 007, Cartas de Siracusa traz, de um lado, uma organização criminosa (ou ideológica, dependendo de como se vê a questão) e, de outro, agentes altamente especializados (no caso, em informática) de uma grande potência. Na trama de Douglas, tudo começa quando o papa é morto em um atentado. No mesmo dia, o novo presidente americano é empossado e um cracker autodenominado “Il Mittente” invade sites importantes, inclusive de órgãos governamentais, apresentando ao mundo a primeira de três cartas, na qual ataca o Cristianismo e prega: “Não há Deus. Não há esperança. Há a Verdade.”

11 de setembro: será que conhecemos a verdade?
Que verdade seria essa? Por enquanto, isso nem as agências de inteligência podem dizer. Mas é preciso descobrir, para o bem dos EUA e do mundo. Então, entra em ação um grupo de feras tecnológicas, comandado por Rachel Atkins, da NSA (National Security Agency), e composto por Max, Ox e Ingrid. Com a ajuda do policial italiano Verlangieri, eles tentarão desvendar o mistério por trás de Il Mittente, que talvez esbarre no ocorrido em 11 de setembro. Ou não? Chega a segunda carta e mais uma importante figura internacional é morta. Daí em diante, o livro toma um ritmo ainda mais vertiginoso.

Cartas de Siracusa apresenta todos os elementos esperados nesse tipo de história, como a passagem dos agentes por diversos pontos do globo na tentativa de agarrar o louco que quer destruir (?) o mundo, a descoberta de um(a) bandido(a) infiltrado(a) na turma do bem (não necessariamente um dos personagens citados no parágrafo acima), o surgimento de um romance envolvendo a protagonista (Rachel), algumas cenas escatológicas (nessas partes, me senti assistindo a Jogos Mortais rsrs), o embate final – cheio de ação e reviravoltas – entre as duas forças... Mas, vejam bem! Essas características não tornam a obra óbvia. Tornam-na, sim, emocionante aos amantes do estilo. E - por que não dizer? - aos leitores em geral. De qualquer modo, Douglas soube imprimir seu toque pessoal à trama, dando-lhe bastante personalidade.

Douglas: uma prova de que talento não tem idade
O mistério em torno do Il Mittente é trabalhado de forma muito competente pelo autor e se torna ainda mais interessante quando percebemos que envolve segredos seculares. O final da história acaba meio que em aberto, embora a trama se feche perfeitamente. Que loucura é essa que estou dizendo? Bem, eu estou tentando explicar a grande sacada de Douglas para encerrar seu livro. É o seguinte: tudo se resolve no âmbito dos personagens, mas o mistério... Bem... rsrs. Leiam e entendam o que estou querendo dizer. Vocês certamente não vão se arrepender!

Para finalizar, um trecho que gostei muito: “Talvez o que difira os loucos dos pensadores seja, de fato, uma tênue linha que demarca quais são os nossos objetivos.”

Valorizem o escritor brasileiro!
Um grande abraço!

Um comentário:

  1. Saudações Sérgio e Luzia!
    É sensacional como cresce a quantidade de jovens escritores.
    Parabéns ao Douglas Marques>
    Abçs,
    Cármen Machado.

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
abcs